Com o desnível a que temos assistido, em especial nos grupos Norte e Centro da competição, começamos a ter sérias dúvidas se este sistema de grupos regionais independentemente da valia das equipas é o mais adequado para o rugby português.
Fala-se muito na falta de competitividade na Divisão de Honra, mas esquece-se que para resolver essa questão é necessário resolver o problema da competição na base.
JOGOS DA 5ª JORNADA
GRUPO NORTE
CRAV B-Famalicão
Arcos de Valdevez, Sábado, 13-Nov, 15,00 h
As duas equipas seguem só com vitórias na zona Norte, apesar do Famalicão ter um ponto de vantagem fruto de dois pontos de bônus contra um apenas dos arcoenses.
Praticamente com o mesmo número de pontos marcados – 100 para o Crav, 99 para o Famalicão – é na capacidade defensiva que as equipas mostram maior desnível com 11 pontos apenas sofridos pela equipa de Arcos de Valdevez, e 28 pelos famalicenses.
No ano passado o Famalicão foi vencer a Arcos por 13-0.
Aveiro-Prazer de Jogar
Local e hora do jogo não anunciados - ADIADO
Equilíbrio também no encontro entre as duas equipas que contam por derrotas os jogos realizados, que não conseguiram ainda sequer um ponto de bónus.
Poucos pontos marcados para cada lado – 20 para o Prazer de Jogar e 22 para o Aveiro – é na defesa que a equipa da Lousada leva grande vantagem com metade dos pontos sofridos pelos universitários de Aveiro: 73 contra 143.
A ausência do Aveiro na competição do ano passado fez com que as equipas não se tenham defrontado em 2009-10.
GRUPO CENTRO
Caldas-Marinhense
Num grupo com três jogos adiados, dois dos quais do Marinhense em casa, seria aconselhável uma intervenção da FPR para saber o que se passa, e tentar levar a uma solução dos problemas, antes que eles se tornem insolúveis.
O Marinhense tem duas derrotas em dois jogos, e segue na cauda do pelotão sem qualquer ponto registado, enquanto o Caldas soma duas vitória e uma derrota, tendo também um jogo em atraso.
Recorde-se que no ano passado o Caldas disputou, e perdeu, a final da Segundona contra o Montemor, e que os Javalis ainda não marcaram um único ponto no decurso do presente campeonato.
No ano passado o Caldas venceu o Marinhense por 85-0.
EM CIMA DA HORA: Recebemos da direção do Rugby Clube da Marinha Grande a informação de que não existe algum problema, e que os adiamentos decorreram, o primeiro da acumulação de jogos na mesma semana e o segundo de um pedido da Lousã, e agradecemos o esclarecimento, ficando aqui a devida nota.
Lousã B-Bairrada
Local e hora do jogo não anunciados
A Lousã segue com um jogo em atraso, e uma vitória em três jogos, enquanto o Bairrada divide os quatro jogos realizados em duas vitórias e duas derrotas.
A equipa do Moita Rugby Clube da Bairrda tem uma média de pontos marcados de cerca de 30, e a equipa B do Rugby Clube da Lousã regista uma média de cerca de 15, enquanto na defesa o equilíbrio é maior.
O nível das equipas está no mesmo patamar, como os 18-17 do ano passado parecem significar.
Tomar-Agrária
Estádio Municipal de Tomar, Sábado, 13-Nov, 15,00
O Tomar conseguiu a sua primeira vitória na semana que passou, e logo contra o Caldas, ficando parte do sucesso a dever-se à utilização de três jogadores do CDUL, ao abrigo do Regulamento dos Clubes Satélite.
Este Regulamento pode ser um fator de desenvolvimento, mas deve ser revisto no final da época, com a ponderação do acontecido, para sua melhoria.
No entanto creio que seria muito interessante a inclusão imediata de uma cláusula que limite o número máximo de jogadores de um clube que podem participar, num mesmo jogo, numa equipa do outro.
Como está, sem definição desse limite, fica aberta a porta para a utilização menos “desportiva” desta prerrogativa.
Acredito que três seria o número adequado neste momento.
A Agrária segue na primeira posição, e sendo a sua superioridade tão acentuada, dificilmente o Tomar conseguirá evitar a derrota. A menos que saia algum coelho da cartola...
Com três vitórias em três jogos, e um saldo de pontos de campo de quase 200, a Agrária junta ao bolo dois pontos de bônus para seguir com um total de 14 na tabela.
O Tomar, com duas derrotas em três jogos, conseguiu o seu primeiro bônus na vitória sobre o Caldas, e apresenta um saldo negativo na conta dos pontos marcados/sofridos.
GRUPO LISBOA
Oeiras-Tecnologia
Estádio Nacional, Oeiras, Domingo, 14-Nov, 13,30 h
O Oeiras não conseguiu ainda vencer nesta competição, e sabemos que existem algumas reclamações do clube, ou de pessoas ligadas a ele, quanto ao recente Regulamento de Indemnização por Formação, que tem impedido o recrutamento de alguns jogadores.
É um problema delicado que carece de uma maior discussão e reavaliação no final da época, mas não existe dúvida quanto à necessidade de existência de um regulador desta questão.
Claro que é novidade, os clubes não estão habituados a ele, e pode ser que o peso das referidas indemnizações seja demasiado para o nosso país.
Mas, o que não pode haver qualquer dúvida, é que formar um jogador, ter estruturas ao dispor da comunidade, e disponibilidade de tempo e enquadramento técnico, custa muito dinheiro, pelo que não parece razoável que uns tenham a despesa, para outros virem aproveitar a situação, sem qualquer custo. Acresce a esta situação que em muitos casos, esses jogadores nunca contribuíram financeiramente para os clubes de origem, ficando todos os custos da sua atividade a expensas daqueles.
E quando acontece alguns desses rapazes formados em pequenos clubes, chegarem à ribalta e vestirem a camisola das quinas, quase ninguém se lembra dos que lhes ensinaram os primeiros passos e, muitas vezes, pagaram o primeiro par de botas.
Seria bom que esta questão fosse objeto de uma discussão ampla e sem mágoas ou comentários de caserna, pois uma coisa é certa: o Regulamento deve existir, e, naturalmente, precisa de ser ajustado.
Com três derrotas em três jogos, o Oerias procura a obtenção dos seus primeiros pontos na tabela classificativa, enquanto a FCT segue com uma vitória em três jogos, e um ponto de bônus conseguido.
Se na defesa as equipas se equivalem, já no potencial ofensivo a Tecnologia leva vantagem, com 63 pontos marcados contra 21 do Oeiras.
Em 2009-10, a Tecnologia venceu, mas o resultado de 28-22 é demonstrativo do equilíbrio que houve nesse encontro.
Belas-CR Técnico
O Técnico segue no topo da classificação com três vitórias em três jogos, contra duas vitórias e uma derrota dos Esquilos, mas este beneficiam de três pontos de bônus, dois dos quais obtidos na semana passada contra a Tecnologia, em comparação do solitário bônus dos engenheiros.
O CR Técnico também tem o estatuto de Clube Satélite, e seria interessante conhecerem-se os números da utilização de jogadores do clube da AE do Instituto Superior Técnico nas suas equipas.
Infelizmente a FPR não fornece estes dados, já que nos boletins de jogos disponibilizados para consulta não consta a constituição das equipas.
Aliás a FPR parece que tem algum problema no fornecimento de dados, já que solicitamos através de e-mail no passado dia 9 de Outubro a informação de quais os Clubes Satélite existentes no país, àquela data, mas até hoje não recebemos qualquer resposta à nossa consulta. Porque será?
Apesar das duas equipas apresentarem um saldo de pontos de campo muito semelhante, a vantagem parece estar do lado do clube das Olaias.
GRUPO SUL
São Miguel-Loulé
Estádio Nacional, Oeiras, Domingo, 14-Nov, 15,30 h
Já o dissemos aqui por diversas vezes, mas não é demais lembrar que a situação que se vive na Zona Sul do Nacional da 2º Divisão, devia ter passado por uma revisão por parte da FPR, que permitisse que as equipas que ficaram em atividade (?) pudessem seguir o seu percurso com um mínimo de inconvenientes.
Infelizmente não se viu nenhuma medida nesse sentido, e Loulé, Vila da Moita e São Miguel, parecem uns desgraçadinhos, que, de vez em quando, são bafejados com a caridade de um jogo de rugby!
Não nos compete a nós indicar as soluções para o problema, mas compete-nos chamar a atenção para a situação e reclamar uma providência por parte da FPR.
Como está, não é nada. Quando uma equipa volta a jogar, os jogadores já nem se conhecem uns aos outros dentro da mesma equipa!
O São Miguel começou muito bem a época, com uma vitória para a Taça de Portugal, mas depois esteve três semanas sem jogos oficiais, e para ele – aliás para todos eles – a continuidade é essencial.
Voltou a jogar na semana passada perdendo com o Vila da Moita, e pela primeira vez este ano faz dois jogos em dois finais de semana seguidos.
O Loulé também começou bem na Taça de Portugal, para depois, no único jogo até agora realizado para o campeonato, vencer o Vila da Moita, em casa.
Esta deslocação a Lisboa é a sua primeira saída do Algarve este ano, em competições oficiais, desconhecendo-se como a equipa vai reagir à viagem.
Um jogo entre dois clássicos do rugby português, que esperamos ver no futuro, a jogar todos os fins de semana.
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