O Direito chegou à viragem da prova isolado no comando, mas o CDUL e o Belenenses estão ali mesmo, à perna, preparados para os jogos derradeiros, que, afinal, são os que valem tudo ou nada.
Da forma como a competição está organizada, as melhores equipas não tem qualquer incentivo para manterem um nível competitivo elevado durante as catorze jornadas, bastando-lhes garantir a presença no play off final.
E podem, portanto, programar-se para apenas atingirem os pontos mais elevados da sua competência, num período muito limitado de tempo, e este facto é altamente lesivo da melhoria que se pretende a nossa prova rainha venha a ter.
A verdade é que o sistema dos play off foi introduzido nas competições para permitir a obtenção de mais receitas, que a bilheteira de uma finalíssima sempre garante, com os respectivos benefícios para os cofres dos clubes intervenientes e das suas respectivas federações.
Acontece que em Portugal não existe bilheteira, pela simples razão que o acesso aos campos e aos jogos é gratuito.
Ou seja, os benefícios do sistema não existem no nosso país, mas os prejuízos, esses sim, são bem visíveis.
Não quero com isto dizer que o sistema do play off deve ser abandonado.
Mas quero dizer claramente que da forma como está não ajuda à melhoria do jogo, nem ao fortalecimento das tesourarias.
Ah, alguns dirão, mas tem a transmissão televisiva e isso é muito bom.
É capaz de ser verdade, mas apenas existe transmissão televisiva da tal finalíssima e nada mais, porque os restantes jogos não garantem um mínimo de qualidade que assegure o interesse dos canais e a visibilidade dos produtos.
Porque, se houvesse jogos verdadeiramente interessantes durante toda a época, organizados numa perspectiva profissional, outros contratos poderiam certamente ser conseguidos.
Vamos entrar agora num período de três semanas em que os trabalhos da seleção nacional de seniores vai tirar aos principais clubes os seus melhores jogadores.
Mas, a comprovar o que se disse acima, os clubes do topo pouco ou nada reclamaram pela simples razão que uma vitória a mais ou a menos no campeonato, acaba por não ter assim tanta importância.
Os jogos da jornada
Agronomia-Direito
Campo da Tapada da Ajuda, Lisboa, Domingo 14-Nov, 14,00 h
Um dos clássicos da Divisão de Honra que vai por frente a frente o primeiro e o quarto classificados, e seja qual for o resultado do jogo, as duas equipas não vão perder o seu lugar no play off.
Os dois clubes são dos principais fornecedores de jogadores para os Lobos que defrontam amanhã os Estados Unidos, e os advogados poderão sentir mais as ausências que os agrônomos, que poderão aproveitar para se vingarem da derrota sofrida na primeira volta em Monsanto.
O Direito terminou a primeira volta como a equipa mais concretizadora e com a melhor defesa, mas no quesito ponto de bônus ficou com tantos como o seu adversário do dia.
A equipa de Monsanto regista uma derrota em sete jogos, enquanto a da Tapada perdeu três dos jogos realizados.
No jogo correspondente da época passada, registou-se um empate a 12 pontos.
CDUL-CRAV
Estádio Universitário de Lisboa, Domingo 14-Nov, 15,00 h
O CDUL perde algumas das suas peças para a seleção nacional, e isso pode eventualmente equilibrar os acontecimentos, mas a verdade é que os arcoenses ainda não provaram o sabor da vitória, e o CDUL, que venceu na primeira volta em Arcos por 32-7, deve poder manter a sua superioriade.
A equipa de Arcos tem-se manifestado publicamente contra aquilo que entende ser uma má aplicação das Leis do Jogo, e à penalização que os seus avançados têm sofrido particularmente nas formações ordenadas.
Seguro do seu domínio daquela fase do jogo, o CRAV defende que essas penalizações deveriam cair sobre os seus adversários, que recorreriam à falta para evitar a sua superioridade.
Não sei se isto será inteiramente verdade, mas acho que valerá uma apreciação específica por parte do conselho de arbitragem, seus avaliadores e observadores.
Será que o CRAV tem razão, e acaba por ser penalizado apenas por ser mais forte, ou pelo contrário, o CRAV é mais forte porque tira vantagens indevidas do seu domínio da formação ordenada?
A equipa minhota sempre foi muito forte nas formações, é acompanhada e aconselhada por pessoas conhecedoras e muito experientes, e isso dá alguma credibilidade às suas reclamações.
Talvez valha a pena dar uma atenção especial a esta matéria, já que não estamos a falar de um erro de arbitragem – isso faz parte do jogo – mas de uma eventual interpretação errada da Lei que pode estar a prejudicar uma ou outra equipa.
O CRAV que é o lanterna vermelha, contando por derrotas todos os jogos realizados, regista somente dois pontos de bônus na classificação, e apenas supera o Técnico no número de pontos marcados e também sofreu menos pontos que os engenheiros.
O CDUL segue na segunda posição com um ponto menos que o líder, é a equipa que conta com mais pontos de bônus – um por jornada – tem a segunda melhor defesa e o terceiro melhor ataque.
Belenenses-Académica
Estádio do Restelo, Lisboa, Domingo 14-Nov, 15,00 h
Outro jogo em que uma das equipas – o Belenenses – forneceu jogadores à seleção e outra não, e que por isso pode ter o seu resultado destorcido da realidade, sendo que uma derrota não prejudica por aí além a equipa azul, mas uma vitória pode ser muito importante para a os estudantes de Coimbra.
O Belenenses apresenta-se ao jogo na terceira posição, conquistou bônus em seis das sete partidas realizadas e perdeu dois desses encontros, além de ser a segunda equipa mais concretizadora e a terceira melhor defesa.
A Académica foi ultrapassada pelo Benfica na classificação no último fim de semana, regista dois pontos de bônus e é a primeira das equipas com saldo negativo entre pontos marcados e sofridos, contando com três vitórias e quatro derrotas.
Na primeira volta o Belenenses foi a Coimbra vencer por 27-12, resultado praticamente igual ao que conseguiu no jogo correspondente a este, realizado em Lisboa na época passada, quando ganhou por 27-11.
Técnico-Benfica
Campo das Olaias, Lisboa, Domingo 14-Nov, 14,00 h
É o jogo mais importante da jornada e vai pôr frente a frente o quinto classificado, o Benfica, com dois pontos de bônus, três vitórias e um saldo negativo de 33 pontos de campo, e o Técnico, sétimo na tabela sem pontos de bônus, duas vitórias nos jogos realizados e um saldo negativo de pontos de campo muito significativo: 310.
O Técnico tem o pior ataque e a pior defesa, mas soube gerir o seu aproveitamento e ganhou os jogos com o Benfica e o CRAV, realizados na casa dos adversários, o que o mantém fora do alcance do lanterna vermelha.
Na primeira volta os engenheiros venceram de virada por 30-23, e o Benfica não conseguiu marcar nem um ponto no segundo tempo do jogo, mas no ano passado, no jogo das Olaias, os encarnados ganharam por 28-16.
Foto: Benfica Rugby/Faceboock
VOLTAR A PÁGINA INICIAL