AGRONOMIA VENCE A TAÇA DE PORTUGAL AO DERROTAR NA FINAL o Direito, saltando para a segunda posição na lista dos vencedores do troféu, agora a uma vitória apenas de igualar o Benfica, que tem nas suas prateleiras nove cobiçados prémios.
Os agrónomos dominaram o jogo, foram a melhor equipa em campo e deram uma demonstração de querer e saber sofrer que os advogados estiveram longe de igualar.
Desde cedo Agronomia se adiantou no marcador marcando dois ensaios, um dos quais transformado, e uma penalidade, mesmo antes de Direito ter tido tempo de se aperceber o que se estava passando dentro de campo.
Confirmando o que observámos na meia final contra o CDUL, a equipa de Monsanto parece não ter um plano de jogo, é indisciplinada e não consegue concentrar-se no que se passa dentro de campo.
Isso é visível nos mais pequenos detalhes, mas sobressai a constante interpelação que os seus jogadores fazem ao árbitro, a repetição de faltas escusadas apenas porque os senhores doutores de Monsanto entendem que deve ser o árbitro a adaptar-se à sua forma de jogar, e não eles à forma de dirigir o encontro de cada árbitro.
E o problema é mais grave ainda quando começa a haver uma certa homogeneidade na forma de apitar entre os árbitros mais frequentes nos jogos entre as equipas de topo, e Direito insiste em fazer as coisas à sua maneira.
Resultado, sucedem-se as faltas e a equipa que demonstra não ter nem liderança, nem orientação, acaba por se perder em protestos que a nada levam.
Agronomia pelo contrário adaptou-se bem aos critérios da arbitragem, jogou até ao limite desses critérios e beneficiou da ingenuidade do adversário.
Por outro lado é dificil de entender a política de formação do quinze inicial dos advogados e a sua estratégia de substituições, que se existe parece não existir, mais dando a impressão que a equipa navega aos sabor dos ventos do dia...
Na verdade a ideia que as equipas transmitiram para a bancada foi diversa: enquanto os campeões nacionais entraram em campo como se a vitória fosse certa, era apenas uma questão de tempo, os vencedores da Taça de 2009 e 2010 pisaram o relvado com a firme determinação de lutar sem quartel pela terceira vitória seguida.
E foi o que aconteceu, com Direito a não conseguir desenvolver uma única jogada de ataque com princípio, meio e fim, e com Agronomia a marcar dois ensaios antes que os advogados tirassem a beca...
À disciplina e rigor da equipa da Tapada, opôs a equipa de Monsanto um conjunto desgarrado de valores, entre os quais não surge um comandante, um líder capaz de levar as tropas ao sucesso.
Aos quatro pontapés de penalidade transformados por Pedro Leal, respondeu Cardoso Pinto com dois drops, duas penalidades e uma transformação, enquanto que aos dois ensaios dos agrónomos responderam os advogados com...nada!
A Taça ficou bem entregue - Agronomia foi a melhor equipa que se apresentou no Estádio Nacional - e vai juntar-se às sete que já estavam na Tapada, sendo que esta é a segunda vez que a equipa a conquista por três anos consecutivos (1998, 1999, 2000 e 2009, 2010, 2011), dobrando o que o Benfica fez em 1983, 1984 e 1985, o Cascais em 1991, 1992 e 1993, e a Académica em 1995, 1996 e 1997.
Foto: António Simões dos Santos no Youth Rugby Festival
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