segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

BELENENSES OU ACADÉMICA - A ÚNICA QUESTÃO

O GRANDE MOMENTO CHEGOU! Este fim de semana vamos finalmente conhecer quem são os quatro finalistas da Divisão de Honra e quem joga com quem, nas meias finais.

Belenenses ou Académica, eis a questão!

A competição chegou ao seu fim sem que se saiba qual vai ser o quarto apurado para as meias finais, e mesmo sendo os restantaes conhecidos há várias jornadas, a verdade é que a prova teve um equilíbrio que já não tinha desde 2007-08, quando o GDD não conseguiu o apuramento para as finais.

A verdade é que desde esse ano os quatro finalistas têm sido sempre os mesmos, mas mais importante que isso, é o facto do campeão, depois de disputado o play off, apenas uma vez (2006-07) ter sido a equipa que terminou a fase de apuramento na primeira posição, desde que aqueles play off foram introduzidos em 2005-06.

O campeonato nacional é – ou deveria ser – uma prova de regularidade, e a introdução do play off para que se consiga manter o interesse na competição até ao último minuto, acaba por trazer uma certa sensação de injustiça que desvirtua o próprio espírito de uma competição em que todos jogam contra todos, concentrando todo o interesse da mesma apenas nas meias finais e final.

Com efeito, até hoje não houve reclamações de maior contra o sistema, mas o mesmo não aconteceu em relação ao play off dos últimos, que decidia a equipa a despromover, e que foi terminado logo no segundo ano de aplicação, quando a equipa que desceu não foi a última da fase de apuramento.


Em nossa opinião, o campeão nacional deve ser o vencedor da fase de apuramento, e ponto final!

Querem ter jogos para transmitir na televisão? Então criem uma competição no final da época entre as seis melhor classificadas no Nacional, chamem-lhe Taça qualquer coisa e encontrem um Super Campeão.

Mas, Campeão Nacional tem que ser aquele que vence a prova de regularidade, aquele que ao longo das semanas provou ser o melhor, aquele que não vive de contratações específicas para fins específicos, que uns regulamentos perversos permitem que aconteça.

A grande curiosidade da última jornada no que respeita ao topo da tabela, consiste em saber se Agronomia vai ou não conseguir a sua quinta primeira posição consecutiva, ou se o CDUL asume de novo um papel de liderança efectiva do rugby nacional.

Por outro lado, como já foi referido, ainda falta saber se será o Belenenses ou a Académica a ficar entre os quatro primeiros.

Se for a equipa de Coimbra, isso acontecerá pela primeira vez desde que os estudantes venceram o campeonato nacional em 2003-04, mas se for a equipa do Restelo a ficar no grupo da frente, isso acontecerá pela sétima vez em oito anos, já que desde aquele ano de 2003-04 os azuis apenas falharam em 2006-07, suplantados pelo CDUP.

Vamos agora dar uma vista de olhos aos jogos realizados pelas cinco equipas candidatas ao play off durante o período dos jogos internacionais de Novembro e a deslocação dos Linces ao Dubai e à África do Sul, nos dois primeiros finais de semana de Dezembro, e tentar entender a influência que a realização desses jogos teve nos resultados daquelas equipas.

Os jogos com os Estados Unidos, Namíbia e Canadá realizaram-se nos mesmos fins de semana das jornadas 8, 9 e 10 da Divisão de Honra, e os torneios das séries da IRB nos fins de semana das jornadas 11 e 12, tendo cada uma das equipas fornecidos os seguintes jogadores:


E os resultados de cada uma dessas equipas durante aquelas cinco semanas, foram os seguintes


Da análise conjugada dos dois quadros, considerando primeiro os jogos dos Lobos, podemos de imediato concluir que nem Académica (nenhum jogador na seleção) nem o Belenenses (um jogador na seleção) forma afetados pelos jogos da equipa nacional, e CDUL (4-5-6 jogadores) e Agronomia (3-4-2 jogadores) não foram prejudicados pela realização dos três jogos, já que averbaram três vitórias em outros tantos jogos.

Fica então o Direito que foi de todas as equipas aquela que mais jogadores forneceu durante este periodo (6-6-7) e que sofreu duas derrotas nos dois primeiros fins de semana, frente, precisamente, a CDUL e Agronomia.

Estas duas derrotas tiraram os advogados da primeira posição, que ocupavam à sétima jornada, e atiraram-nos para a quarta posição duas jornadas depois.


Note-se que no primeiro destes fins de semana, quando perdeu com Agronomia, os Sub-21 de Direito não tiveram jogo e os dos agrónomos jogaram com a Académica, pelo que a equipa de Monsanto pode dispôr de todos esses jogadores – os Sub-21 são seniores, para todos os efeitos – e no segundo fim de semana, contra o CDUL as equipas defrontaram-se nos dois escalões, não podendo, nem uma nem a outra recorrer àqueles atletas.

Então parece que se pode afirmar que Direito foi prejudicado pela ausência dos seus internacionais, em maior grau que os seus diretos adversários.

Talvez seja assim, mas a impressão que fica é que houve uma melhor gestão dos recursos humanos do CDUL e Agronomia, já que, apesar de terem dispensado menos jogadores à seleção nacional, aquelas equipas sofreram de forma semelhante as ausências dos seus internacionais.

Quanto aos fins de semana dos torneios do Dubai e de George, apenas o Belenenses pode ter sentido algum efeito da convocação de cinco dos seus atletas, mas isso não justifica de maneira nenhuma as derrotas sofridas na jornada 8 frente à Académica, ou na jornada 10 frente a um CDUL que nesse fim de semana não pode utilizar seis dos seus melhores jogadores.

Fica apenas a derrota do Belenenses frente a Agronomia na jornada 12 com um ponto de interrogação, como já ficaram os resultados do Direito nas jornadas 8 e 9.

De qualquer maneira acho que esta decisão da Direção da FPR foi acertada, e que as competições internas não devem ser interrompidas por causa dos jogos internacionais, se bem que se possa no futuro ter um especial cuidado na elaboração dos calendários, deixando para esses dias jogos em que as equipas melhor posicionadas defrontem equipas com um posicionamento no ranking nacional francamente mais baixo, evitando assim consequências indesejadas na tabela qualificativa.

Isso pode ser feito, e ajudará a manter a verdade desportiva que importa proteger.

Mas repito, a experiência deu boas provas e deve não apenas ser mantida, mas antes alargada, com as devidas cautelas.

Vamos então aos jogos da última jornada.


Agronomia-CDUL

Tapada da Ajuda, Lisboa, Sábado 8-Jan, 15,00 h
O CDUL segue na frente e para manter a liderança e ser o campeão da fase de apuramento, pode mesmo perder, desde que não por mais de sete pontos de diferença, e na condição de Agronomia não conseguir o ponto de bónus de ataque.
Com quatro pontos de desvantagem, Agronomia tem que garantir pelo menos o empate pontual, recuperando os pontos em atraso, já que beneficia da vitória na primeira mão (17-12) e ficaria assim com duas vitórias sobre os universitários, o que lhe garantiria a primeira posição.
Como se vê, a situação é complicada para os dois lados, e fica a dúvida se o regresso dos internacionais que estiveram ao serviço da seleção, fará ou não a diferença.
Talvez o CDUL tenha nesse aspeto alguma vantagem, mas jogar na Tapada não é fácil, em especial num jogo desta importância.
Na primeira volta Agronomia venceu por 17-12* e no jogo do ano passado na Tapada a vitória foi da equipa da casa por 23-16*, resultado que a repetir-se dará a vitória na fase ao CDUL.

Benfica-Belenenses

Campo da Sobreda da Caparica, Sábado 8-Jan, 15,00 h
Um jogo sem qualquer interesse competitivo para o Benfica, e a descontração com que os encarnados vão abordar o encontro pode acabar por lhes ser benéfica.
Mas o Belenenses tem muito a perder com uma derrota, e não vai com certeza fazer corpo mole e entregar os pontos ao adversário.
Partindo com dois pontos de vantagem sobre o seu peseguidor – a Académica – a equipa do Restelo tem que garantir a vitória, como única forma segura de garantir o apuramento.
Com a equipa completa, espera-se o regresso do lesionado Sebastião Cunha, provavelmente recuperado da lesão sofrida no Dubai e depois agravada em George, e também de seu irmão Salvador, regressado de uma aventura britânica que, a exemplo de outras tentativas, não correu como o atleta esperava.
Do lado dos benfiquistas desconhece-se qual a situação dos seus estrangeiros, mas tudo indica que alguns terão sido dispensados, já que a manutenção na Divisão de Honra já está assegurada, e não se justificaria a continuação dos encargos com esses jogadores, para a participação numa Taça Patrocinador, que parece até agora não ter patrocinador algum.
Na primeira volta o Benfica foi forte em demasia, e venceu por 26-20*, enquanto no ano passado a sorte do jogo foi bem diferente, com uma vitória do Belenenses por 19-66*.
Se o resultado da primeira volta se repetir, a Académica fica com o caminho livre para o apuramento.

Académica-CRAV

Estádio Sérgio Conceição, Coimbra, Sábado 8-Jan, 15,00 h
E é nesta situação que o jogo de Coimbra se vai realizar: com os olhos no CRAV e os ouvidos na Sobreda.
Uma derrota do Belenenses, deixa o acesso ao play off nas mãos dos estudantes, que não terão dificuldade em derrotar um CRAV já despromovido, sem ter conseguido uma única vitória em toda a competição, e esta será a terceira época seguida em que a equipa que desce apenas consegue reunir pontos de bónus.
O resultado da primeira volta dificilmente se repetirá (31-30* favorável à Académica) e com a motivação que a possibilidade de avançar na prova lhes dá, os estudantes devem garantir a sua parte na tarefa.
Apesar de provavelmente ainda não poder contar com o lesionado Rui Rodrigues, a equipa de Coimbra vai já ter consigo Sérgio Franco, considerado pela FPR o Lobo do mês de Dexembro, pela sua participação na equipa nacional de Sevens, e vai sobretudo contar com o apoio do seu público, desejoso de uma boa festa de início de ano, que terá lugar, independentemente do resultado do jogo.

Direito-Técnico

Campo de Monsanto, Lisboa, Sábado 8-Jan, 15,00 h
Em Monsanto os advogados recebem os engenheiros num jogo sem grande interesse competitivo, com a equipa da casa com o apuramento já garantido, e a definição do seu adversário nas meias finais dependendo mais do jogo entre Agronomia e CDUL que propriamente do seu encontro com o Técnico.
A equipa das Olaias com a manutenção na Divisão de Honra garantida também não pode esperar grande coisa deste desafio, pelo que resta saber como Direito vai começar a preparar a equipa para as meias finais, com todo o plantel reunificado, incluindo o inglês Jorge Segurado e os franceses Pedro Leal e Adérito Esteves.
Sem lesões impeditivas, resta aos advogados a esperança de manterem a tradição dos play off, e apresentarem-se em condições de defender o seu título nacional.
Na primeira volta o Técnico sofreu uma pesada derrota por *81-0 e no jogo do ano passado em Monsanto, perdeu também, por *34-14.

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