sábado, 9 de abril de 2011

DIREITO APURADO NO DROP

DIREITO É O PRIMEIRO FINALISTA APURADO DA TAÇA DE PORTUGAL que se disputará no próximo sábado, no Estádio Nacional, às 18,30h.

Foi um jogo disputado até ao último minuto do prolongamento e terminou com um empate a 14 pontos, beneficiando o Direito da obtenção de um drop, terceiro factor de desempate, após o número de ensaios (um para cada lado) e das transformações (nenhuma equipa marcou).

No final dos 80 minutos o resultado estava em 11-11, depois do Direito ter tido uma melhor primeira parte e ter chegado aos 8-0.

O CDUL reagiu bem e chegou merecidamente ao empate, para no prolongamento cada equipa converter mais um pontapé de penalidade.

Lamentavelmente no meio de uma assistência em geral bem comportada, ainda se destacam alguns elementos que não conseguem manter a calma nem o bom senso, acabando por dar uma péssima imagem dos homens do rugby.

Uma incompreensível agressividade em relação à equipa de arbitragem, como se fosse de eventuais erros desta que dependesse o sucesso ou insucesso das equipas, quando, afinal elas são as primeiras e únicas causadoras dos seus próprios dissabores, quando demonstram uma confrangedora incapacidade em transformar em pontos as situações que vão criando ao longo do tempo.

Além deste comportamento lamentável de parte do público, Direito bem se pode gabar da vitória, que os cartões amarelos sofridos por Pedro Leal e João Correia puseram em perigo.

Como compreender que jogadores com tanta experiência caiam em situações susceptíveis de grave penalização, reduzindo o numero de jogadores a 14 ou mesmo 13, como aconteceu no jogo desta noite?

Valerá de alguma coisa a Direito reclamar contra a arbitragem, quando são os próprios integrantes da equipa a criar as condições para o sucesso do adversário?

O jogo teve outras situações que poderiam ter levado à exibição de mais amarelos, e se os jogadores do CDUL entenderam que o facto do árbitro não ter a eles recorrido não significava tibieza, antes vontade de conseguir levar o jogo sem incidentes até final,  os jogadores de Direito não entenderam assim e resolveram tomar a sua parte nas tarefas do juiz da partida.

O resultado esteve à vista, e João Correia e Pedro Leal bem podem suspirar de alívio pelo drop de Malheiros lhes ter comprado o bilhete para a final, pois se assim não fosse deveriam muitas explicações a quem se deslocou a Monsanto para apoiar a equipa.

Não será tempo dos jogadores se preocuparem em fazer sempre o melhor e deixarem os árbitros em paz?

Nunca vi um árbitro mudar uma decisão em função das reclamações dos jogadores ou dos histerismos mal-educados da assistência, mas tenho visto ao longo dos anos um efeito contrário, com um rigor maior por parte do homem do apito, que sempre acaba por prejudicar quem mais reclama.

Ou seja, quem reclama não apenas nada resolve, como pode mesmo prejudicar a sua equipa, numa demonstração de falta de inteligência que não abona a favor dos jogadores de rugby.

Não há muitas semanas assistimos à vitória do País de Gales contra a Irlanda num flagrante desrespeito às Leis do Jogo que o árbitro não evitou - uma touche rápida que não poderia ter acontecido - mas o que nós não vimos foi demonstrações de má-educação ou desrespeito por parte dos jogadores irlandeses, nem vimos cenas de raiva incontida nas bancadas, como começa a ser hábito nos campos portugueses.

Lamentavelmente tenho assistido a cenas deploráveis protagonizadas por adeptos reconhecidamente ligados aos quatro grandes do nosso pequeno universo, e pergunto-me se algum dia será possível ver tranquilamente um jogo no nosso país como se estivessemos em Cardiff, Twickenham, Dublin ou Edimburgo...

Vamos lá malta, um esforço de contenção só lhes fica bem!


Foto: António Simões dos Santos


VOLTAR A PÁGINA INICIAL